Índices

Equipe Universidade da Bolsa Atualizado em 11/02/2025

Os índices de ações mensuram e monitora o desempenho dos mercados, ele oferecem aos investidores e profissionais uma visão dos riscos e retornos das regiões, países ou segmentos.

Entre os índices de mercado acionário temos o IBOVESPA no Brasil; S&P 500, NASDAQ e Dow Jones nos Estados Unidos; Nikkei no Japão; Índice Shangai Composite (SSEC); DAX 30 da Alemanha; CAC 40 da Inglaterra; FTSE 100 do Reino Unido; IBEX 35 da Espanha;

Existem também os índices de moedas que comparam uma moeda frente a outra moeda, índices que medem a volatilidade do mercado, entre outros. Além desses índices mais gerais, temos também índices específicos para determinados segmentos. Por exemplo, no Brasil temos o Índice de Energia Elétrica (IEE) que foi lançado em 1996 com o objetivo de medir o desmepenho do setor elétrico fornecendo uma ideia de como estão as empresas desse segmento na bolsa, o Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL) que mede o desempenho das ações do setor de telecomunicações, Índice do Setor Industrial (INDX) que tem por objetivo medir o desempenho das ações mais representativas do setor industrial, Índice de Consumo (ICON) que mede o comportamento das ações das empresas representativas dos setores de consumo cíclico e não-cíclico, Índice Imobiliário (IMOB) que mede o comportamento das ações das empresas representativas dos setores da atividade imobiliária, Índice Financeiro (IFNC) que mede o comportamento das ações das empresas representativas dos setores de intermediários financeiros, serviços financeiros diversos e previdência e seguros, Índice de Materiais Básicos (IMAT) que mede o comportamento das ações das empresas representativas do setor de Materiais Básicos, Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) que tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, Índice de Dividendos (IDIV) que mede o comportamento das ações das empresas que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio, além de diversos outros índices.

Não é possível investir diretamente num índice. Eles servem para monitorar os mercados e seus diversos recortes. O S&P 500, por exemplo, dá visibilidade à movimentação das bolsas dos Estados Unidos. Como o S&P 500 cobre cerca de 80% da capitalização nos pregões dos EUA, ele oferece um ampla visão daquele mercado. No entanto, existe o investimento indireto que pode ser negociado aqui no Brasil, são os chamados ETFs (sigla em inglês para “fundos negociados em bolsa”). Esses ETFs são chamados também de “fundos passivos” ou “fundos de índice”, os ETFs são fundos de ações que buscam replicar o desempenho de um determinado indicador. Na bolsa brasileira, por exemplo, há pelo menos três ETFs que seguem o S&P 500: IVVB11, da BlackRock, SPXB11, do BTG Pactual, e SPXI11, do Itaú. Existem também ETFs nos Estados Unidos que são disponibilizados no Brasil na forma de um produto chamado BDR, permitindo a compra desses produtos.
A missão do gestor de um ETF é aderir ao máximo ao comportamento do índice de referência. Comprar esses ETFs permitem que o investidor possa comprar esse esse índice americano e, assim sendo, fique esposto ao mercado americano. Essa diversificação é importante para o investidor que deseja aplicar recursos também no exterior. Assim, quando houve uma alta da bolsa americana, poderemos lucrar através dos ETFs que acompanham a movimentação do S&P 500.

Outra forma indireta de operar um índice é através dos contratos futuros. O produto permite ao interessado negociar hoje na bolsa um contrato de expectativa de preço futuro para o portfólio de ações do índice em questão. É um acordo de compra e/ou venda para negociar um índice por determinado preço em data futura. Por exemplo, se o investidor procurar o contrato futuro do IBOVESPA no sua plataforma, poderá operar diretamente compra e venda nesse índice. Conforme oscila o IBOVESPA, esse contrato futuro também acompanha essa movimentação. Esses contratos futuros, chamados de mini-indice (sigla WINZ22 - dependendo da data o contrato muda), em que cada ponto para cima ou para baixo equivale a 1 real. O S&P 500 também possui o seu mini contrato futuro (sigla ISP), em que cada ponto equivale a 50 dólares, e ainda um micro contrato futuro para pessoas físicas em que cada ponto vale 2,50 dólares.
De acordo com a B3, estes produtos funcionam como um instrumento para minimizar ou gerenciar o risco da carteira (hedge), para diversificação de portfólio, alavancagem com exposição a ativos estrangeiros, além de oportunidades para novas estratégias, como “day trade” e arbitragem. Um investidor basicamente poderia operar acreditando que hoje o índice pode subir e então ele entra comprado até o final do dia, ou pode ficar até o final do contrato, que dura dois meses. Outra forma muito utilizada de atuar é fazer uma gestão de risco. Por exemplo, se um invetidor tem 2 milhões alocados em ações, ele pode estar temeroso com o mercado atual e entrar vendido no contrato futuro. Assim, se o mercado cair ele perde na sua carteira, porém ganha no contrato futuro, podendo ficar no zero a zero, sem perdas. Isso pode ser interessante para um investidor que esteja avesso ao risco.

Índices em grande parte são são utilizados como base para outros investimentos. Grandes Fundos de Ações têm por objetivo, por exemplo, superar um índice de referência, que pode ser o S&P 500. Assim, um gestor de um fundo monta uma cesta de ações atribuindo peso a essas ações e tenta bater o desempenho do S&P 500, seja no ano ou no mês. Mas os índices em geral são muito difíceis de bater. Segundo a pesquisa Spiva, que compara os desempenhos de fundos ativos aos de seus índices de referência, no último ano, 85% dos fundos tiveram performance abaixo do S&P 500, e somente 15% superaram o indicador.
Índices como o S&P 500 são também referencias para quem investe diretamente em ações de grandes empresas, como as norte-americanas. Quem monta uma carteira de papeis pode acompanhar o S&P 500, comparar o desempenho e, eventualmente, fazer ajustes. O mesmo vale para o IBOVESPA, se um investidor montar uma cesta de ações com as principais empresas do IBOVESPA e acompanhar o desempenho no dia a dia, notará que a sua carteira oscila conforme as oscilações do IBOVESPA.

Aqui nestes estudos iremos conhecer alguns dos principais índices do nosso mercado nacional e também internacional. Esses índices são importantes para que tenhamos uma visão ampla de como está o comportamento do mercado em diferentes regiões e segmentos.

Criado em 1968, o índice IBOVESPA é o principal índice da Bolsa brasileira e calcula a média de desempenho de uma carteira com as principais ações negociadas. Mais conhecido como IBOV, o índice funciona como um termômetro do mercado acionário do Brasil e mede, através de um sistema de pontos baseado em reais, o desempenho médio de uma carteira teórica com as ações mais representativas e negociadas em Bolsa.

Basicamente, a B3, empresa que mantém o índice IBOVESPA, reavalia a composição da carteira a cada 4 meses e os principais critérios para fazer parte do índice é ter uma boa liquidez e grande volume financeiro negociado em Bolsa. O peso de cada uma das ações na pontuação do índice IBOVESPA pode diferir e variar, conforme o volume de ativos de uma mesma empresa presente na composição da carteira. Por isso, se o índice subir não significa necessariamente que todas as ações da carteira subiram, pois alguns ativos possuem maior peso do que outros e ajudam a puxar o índice para cima ou para baixo. Não são raras as vezes que, por exemplo, um ótimo desempenho de Petrobrás ou VALE praticamente sozinhos puxaram o índice para cima ou para baixo. No entanto, é importante ressalta que, para ponderar uma carteira, uma companhia não pode ter uma participação maior do que 20% em ações na composição do índice.

Segue abaixo as empresas que fazem parte do IBOVESPA e o peso da sua participação:

Código Empresa Participação (%)
VALE3 VALE 14,762
PETR4 PETROBRÁS 7,384
PETR3 PETROBRÁS 4,796
ITUB4 ITAÚ UNIBANCO 6,486
BBDC4 BRADESCO 4,724
B3SA3 B3 3,839
ELET3 ELETROBRAS 3,839
ABEV3 AMBEV S/A 2,982
RENT3 LOCALIZA 2,823
BBAS3 BANCO DO BRASIL 2,701
WEGE3 WEG 2,344
ITSA4 ITAUSA 2,246
SUZB3 SUZANO 1,633
BPAC11 BTG PACTUAL 1,533
HAPV3 HAPVIDA 1,497
EQTL3 EQUATORIAL 1,418
RADL3 RAIA DROGASIL 1,277
RDOR3 REDE DOR 1,263
JBSS3 JBS 1,331
GGBR4 GERDAU 1,310
LREN3 LOJAS RENNER 1,300
PRIO3 PETRORIO 1,281
BBDC3 BRADESCO 1,150
RAIL3 RUMO S.A. 1,149
ENEV3 ENEVA 0,979
VBBR3 VIBRA ENERGIA 0,928
HYPE3 HYPERA 0,892
BBSE3 BB SEGURIDADE 0,889
SBSP3 SABESP 0,882
CSAN3 COSAN 0,880
VIVT3 TELEFÔNICA BRASIL 0,798
TOTS3 TOTVS 0,749
BRFS3 BRF SA 0,743
CMIG4 CEMIG 0,727
UGPA3 ULTRAPAR 0,655
ASAI3 ASSAI 0,667
KLBN11 KLABIN S/A 0,655
ELET6 ELETROBRÁS 0,639
CCRO3 CCR 0,631
MGLU3 MAGAZINE LUIZA 0,550
NTCO3 GRUPO NATURA 0,539
ENGI11 ENERGISA 0,521
SANB11 SANTANDER 0,500
CPLE6 COPEL 0,475
TIMS3 TIM 0,470
CRFB3 CARREFOUR 0,454
EGIE3 ENGIE BRASIL 0,451
AMER3 AMERICANAS 0,447
BRKM5 BRASKEM 0,422
EMBR3 EMBRAER 0,414
RRRP3 3R PETROLEUM 0,403
BRML3 BR MALLS 0,372
GOAU4 GERDAU METALÚRGICA 0,351
CSNA3 SIDERÚRGICA NACIONAL 0,346
MULT3 MULTIPLAN 0,301
CIEL3 CIELO 0,298
SOMA3 GRUPO SOMA 0,295
CPFE3 CPFL ENERGIA 0,293
SULA11 SUL AMERICA 0,286
BRAP4 BRADESPAR 0,281
ARZZ3 AREZZO 0,276
ENBR3 ENERGIAS BRASIL 0,256
FLRY3 FLEURY 0,254
AZUL4 AZUL 0,248
COGN3 COGNA 0,241
RAIZ4 RAIZEN 0,237
VIIA3 VIA VAREJO 0,235
CYRE3 CYRELA 0,230
IGTI11 IGUATEMI 0,211
LWSA3 LOCAWEB 0,201
SLCE3 SLC AGRICOLA 0,200
ALPA4 ALPARGATAS 0,192
SMTO3 SÃO MARTINHO 0,182
USIM5 USIMINAS 0,173
YDUQ3 YDUQS 0,169
CMIN3 CSN MINERACAO 0,167
BEEF3 MINERVA 0,166
MRFG3 MARFRIG 0,161
PCAR3 GRUPO PÃO DE AÇÚCAR 0,147
PETZ3 PETZ 0,133
MRVE3 MRV 0,133
IRBR3 IRB BRASIL 0,120
BPAN4 BANCO PAN 0,114
DXCO3 DEXCO 0,110
EZTC3 EZTEC 0,093
QUAL3 QUALICORP 0,092
CVCB3 CVC BRASIL 0,088
GOLL4 GOL 0,082
ECOR3 ECO RODOVIAS 0,081
CASH3 MELIUZ 0,033
POSI3 POSITIVO TECNOLOGIA 0,043

Podemos verificar a presença de várias empresas líderes de seus segmentos e grandes exportadoras como VALE e Petrobrás que exportam minério de ferro e petróleo, respectivamente, para o mundo inteiro, além da WEGE que é uma das líderes de automação industrial, Brasdesco e Itaú que são grandes bancos com presença internacional e AMBEV que é líder na america latina e uma das principais empresas de bebidas do mundo.
Algumas empresas possuem ações preferenciais e ordinárias como é o caso de Bradesco e Petrobrás, sendo as duas elegíveis no índice BOVESPA. A VALE possui apenas ações ordinárias, como será o caso de todas as empresas no futuro próximo, pois pretende-se que todas as empresas façam parte do novo mercado, em que apenas um tipo de ação existe, que são as ordinárias.

Os pontos do IBOV são calculados em tempo real e seu resultado é baseado na cotação de cada ação que integra o índice, multiplicado pela quantidade teórica dos ativos que compõem a carteira. Basicamente, cada ponto vale 1 real, logo, se a pontuação estiver em 85 mil pontos, todos os ativos que compõem a carteira teórica do IBOVESPA estarão valendo isso em reais, dada a sua cotação. Como a cotação das empresas acompanham os lucros e, assim sendo, se as empresas lucram mais elas valem mais, tem-se que o índice aumentará seu patamar. Atualmente, em 2022, o índice chegou aos 120 mil pontos e a previsão é que atinja os 200 mil pontos nos próximos anos. Por isso, o mercado financeiro sempre acompanha de perto os lucros das empresas, que devem investir melhor, adquirir empresas de modo a aumentar seus lucros e sempre atingir boas margens de lucro com dívidas em patamares saudáveis. Isso fará a cotação aumentar e com isso os índices acompanham essas perspectivas.

Portanto, ao analisar o índice IBOVESPA e acompanhar sua cotação diariamente, é possível sentir como está a economia do país, a saúde das empresas e, principalmente, se vale a pena ou não negociar as ações que o compõem ou os produtos que o usam como referência.

O S&P 500 é o índice mais importante do mundo, pois reúne as maiores empresas de capital aberto dos Estados Unidos, que é o maior mercado acionário mundial. Segundo a S&P Dow Jones, empresa responsável pelo índice, o mercado americano é nove vezes maior que o mercado acionário do Japão (segundo maior atualmente).
Lançado em março de 1957 pela Standard & Poor’s, o S&P 500 completou 65 anos em 2022. Uma versão anterior do índice, com 90 ações, existia desde 1928. O indicador de ações mais antigo dos EUA é o Dow Jones Industrial Average, criado em 1896 e composto por 30 empresas de grande porte. Ambos são mantidos pela S&P Dow Jones Indices, divisão da S&P Global.

Quando alguém quer ter um panorama de como está o mercado americano, basta acompanhar como está o índice S&P 500, pois ele reúne cerca de 500 empresas de capital aberto domiciliadas no país, listadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês) e na Nasdaq, representando assim cerca de 80% da capitalização de mercado disponível nos EUA. Todas as 500 principais empresas americanas fazem parte do S&P 500.
De maneira mais fácil de entender, o S&P 500 está para os Estados Unidos como o IBOVESPA está para o Brasil. O IBOVESPA é um índice que consolida as principais empresas acionárias do Brasil, dando um peso maior a algumas empresas maiores que afetam mais o nosso mercado como VALE, Petrobrás, Itaú, Brasdesco, entre outras.

As empresas listadas no S&P 500 são empresas de grande capitalização, ou “large caps”, também conhecidas com “blue chips”, são papéis de empresas com alto valor de mercado nas bolsas, geralmente líderes em suas áreas de atuação, e que têm muita liquidez (movimentação financeira significativa sendo facilmente compradas ou vendidas pelos investidores).

Para se ter uma ideia da importância e a representatividade do índice S&P 500 Dado o tamanho, os ativos referenciados ou indexados a ele são estimados em US$ 13,5 trilhões, segundo levantamento da S&P Dow Jones. São, por exemplo, fundos que replicam o desempenho do indicador ou que o usam como referência. Por isso, o S&P 500 é acompanhado de forma ampla ao redor do mundo.

O S&P 500 acompanha em tempo real as ações que o compõe e reflete uma média ponderada do desempenho destes papeis nas bolsas, subindo ou caindo. As ações não têm peso igual, Há uma ponderação feita com base na capitalização das empresas sendo que as companhias que estão no topo do indicador, de maior valor, têm proporcionalmente maior peso e influência em sua performance do que as que estão na base, de valor menor.

De forma geral, o S&P 500 reúne as ações das 500 empresas com maior valor de mercado dos Estados Unidos e os papeis entram no indicador conforme atingem tal patamar. Para se ter uma ideia, o mercado americano tem mais de 4 mil empresas de capital aberto, diferente do Brasil que possui 499 atualmente. Pelas regras da S&P Dow Jones, para serem adicionadas as companhias devem ter capitalização (quantidade ações de uma empresa multiplicada pelo preço) mínima de US$ 14,6 bilhões. Mas este não é o único critério para incluir uma ação no índice, há uma série de outras características que são analisadas como: a empresa tem que ser de fato domiciliada nos EUA, são aceitas somente ações ordinárias, possuir histórico positivo de ganhos recentes, taxa mínima de liquidez, representatividade no setor, entre outros. O descumprimento de alguns fatores não implica a saída da empresa do índice, pois a S&P Dow Jones tem como política evitar sempre que possível o giro nas composições de seus indicadores.
Essa escolha de ações do índice é supervisionado e administrado por um comitê formado por profissionais da S&P Dow Jones, mas que atua de forma independente. Eventuais mudanças na composição do indicador são realizadas trimestralmente em março, junho, setembro e dezembro.

As dez primeiras empresas do índice são: Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet (Google), Tesla (veículos elétricos), Berkshire Hathaway (holding do bilionário Warren Buffett), UnitedHealth Group (saúde), Johnson & Johnson, Nvidia e Meta (Facebook). Para se ter uma ideia do peso dessas empresa, se somarmos a capitalização de mercado delas teremos um total de US$ 31,9 trilhões. A Apple que está no topo no índice, possui uma influência maior no índice que a marca de roupas Ralph Lauren, por exemplo. Além disso, empresas de alguns setores têm um peso maior que empresas de outros setores.
A área com maior representação no S&P 500 é a de tecnologias da informação, com participação de 26,8%; seguida de empresas de saúde (15,1%); finanças (10,8%); consumo discricionário, ou bens e serviços não essenciais (10,5%); serviços de comunicação (8,9%); bens e serviços industriais (7,8%); bens de consumo essenciais (7%); energia (4,4%); serviços de utilidade pública como gás, água e eletricidade (3,1%); imóveis (2,9%); e materiais, incluindo commodities não agrícolas (2,6%).

Portanto, o S&P 500 é um dos índices mais acompanhados do mundo, pois oferece uma visão ampla do mercado de ações dos Estados Unidos, de longe o maior de todos. Conforme explicado anteriormente, os EUA respondem por 58% do mercado acionário global, e o S&P 500, por 80% do mercado norte-americano. Acompanhar o S&P 500 é primordial para qualquer investidor que deseja saber como está a saúde dos mercados.

O VIX (Volatility Index) foi criado no ano de 1993 por Robert E. Whaley, professor de finanças na Universidade de Vanderbilt, em Nashville, Tennessee. Robert desenvolveu o índice para atender a uma demanda da Bolsa de Valores de Chicago, que desejava medir a volatilidade de opções de ações que formavam o S&P 500 (outro índice que veremos em seguida) por 30 dias seguidos. Ou seja, ele verifica o desempenho dessas 500 grandes empresas americanas nesses últimos 30 dias.
Este índice também é conhecido como "Índice do Medo", e já saberemos o porquê disso. O VIX está associado à desconfiança dos investidores, ele é considerado um dos principais indicadores do mercado para medir a volatilidade (oscilação), presente em maior ou menor grau em todos os investimentos.

Portanto, o objetivo do VIX é medir as oscilações dos preços das opções de ações que formam o índice S&P 500. Nesse sentido, o período considerado para medir a alta e a baixa dessas ações é de 30 dias. Por isso, ele é uma ferramenta importante para investidores e traders que operam no curto prazo nas bolsas.

Como falamos de opções e ele é um componente importante do VIX, precisamos falar sobre essa modalidade de investimento. As opções são um tipo de derivativos que oferecem o direito (ou a "opção") de negociar determinado ativo. Ou seja, não estamos negociando um ativo em si (como uma ação que temos posse dela), mas sim um contrato que representa o direito de comprar ou vender o ativo ao qual estão relacionadas as opções.
Por exemplo: imagine que, acompanhando o mercado acionário, você acredite que uma ação estará mais cara daqui a 30 dias. Nesse caso, se você comprar uma opção de compra (também chamada call), terá o direito de comprar essa ação daqui a 30 dias pelo preço que ela custa hoje. Ou seja, se as suas previsões se confirmarem e a ação realmente subir, você ganhará na compra, pois pagará um preço mais barato por ela.
Agora imagine a situação contrária. Você analisou o contexto e os fundamentos da ação e acredita que o seu preço pode cair em 30 dias. Nessa situação, você também pode lucrar, e a forma de fazer isso é adquirindo uma opção de venda (ou put) dessa ação. Se, daqui a 30 dias, essa ação realmente estiver mais barata do que hoje, você terá lucro quando exercer a opção. Isso porque venderá a ação pelo preço que ela custava quando você comprou a put, mais alto do que o atual.
Em relação ao VIX, já vimos que ele demonstra os momentos de elevada incerteza do mercado. E é justamente nesses momentos que os investidores ficam mais inseguros, o que os leva a buscar proteção para os seus ativos via opções. Por isso, nessas horas o VIX tende a disparar, pois os preços das opções sobem de forma muito rápida, e isso faz com que ele seja também chamado de “Índice do Medo” no mercado financeiro.

Além de servir como base para as negociações de curto prazo, o VIX também é uma importante medida de risco. Como vimos, ele demonstra a intensidade e a velocidade com a qual uma ação se valoriza ou se desvaloriza. Dessa forma, quanto maior for essa oscilação (ou volatilidade), maior também será o risco que a ação oferece ao investidor.

É importante nesse momento falarmos um pouco sobre a volatilidade, pois o VIX enfatiza muito essa palavra. A volatilidade se refere à intensidade, frequência e velocidade com a qual variam os preços de uma ação, derivativo ou outro ativo financeiro. Quando essas variações são expressivas, dizemos que a volatilidade do ativo ou derivativo é alta. Em outras palavras, o preço pode subir ou cair a qualquer momento e de forma intensa quando existe grande volatilidade. Dessa forma, quanto maior a volatilidade, maior também será o risco de um investimento.
Vários fatores podem influenciar na volatilidade dos ativos financeiros, como questões econômicas e políticas do país, por exemplo. Por sua vez, analisar esses fatores ajuda a projetar cenários e tendências de performance de preços. É por isso que esse conceito é muito importante para os investimentos e para o mercado financeiro de forma geral.

Segue abaixo um exemplo dos últimos 5 anos da volatilidade do VIX:

Observamos que em 2020 o nervosismo do mercado foi por conta do início da pandemia, que também colapsou economias no mundo inteiro. Em 18 de março daquele ano, o índice registrou a segunda máxima: 85,5. Essa máxima perdeu apenas para 2008 na crise do subprime.

Assim, com mais medo e cautela por parte dos investidores, o mercado acionário tende a cair, ao mesmo tempo que o VIX se eleva.

Basicamente o VIX é o resultado de um cálculo totalmente automatizado, gerado a partir de fórmulas complexas. Nesse cálculo, são utilizados vários dados sobre o mercado acionário, como volume de negociações, preços médios, variações percentuais, entre outros. Por exemplo, se na data de hoje o índice VIX está em 15%, isso significa que a oscilação esperada para as ações do S&P 500 nos próximos 30 dias é de 15%, para cima ou para baixo.

Além disso, de forma geral, o mercado considera três faixas para classificar o VIX. Quando o índice está abaixo dos 20 pontos, isso mostra mais disposição do investidor para tomar risco, pois há menos turbulências no mercado. Já uma pontuação entre 20 e 30 significa média volatilidade, ou seja, o risco de mercado é moderado. Por fim, um VIX acima de 30 pontos sinaliza oscilações mais fortes nos preços dos ativos, iniciando assim uma faixa de maior risco para os investidores.

Segue abaixo um resumo dessa pontuação do VIX:

Pontuação do VIX Volatilidade do mercado
Abaixo de 20 pontos Baixa. Investidores mais dispostos a tomar risco.
Entre 20 e 30 pontos Média. Risco de mercado moderado.
Acima de 30 pontos Alta. Risco de mercado acima da média.

Mesmo que o VIX não considere diretamente o mercado brasileiro, como as nossas ações, tudo o que acontece na economia e na bolsa dos EUA é extremamente importante para o resto do mundo, inclusive para o Brasil. Basicamente, todos os movimentos da economia norte-americana (inflação, alta de juros e assim por diante) trazem reflexos para outras economias. E, no caso de países emergentes como o Brasil, isso é ainda mais acentuado. Isso ocorre porque, por exemplo, uma alta de juros nos EUA pode desencadear a saída de dólares de países menos seguros para investir. Vale ressaltar que mais de 50% dos investimentos na bolsa brasileira vem dos extrangeiros. Por todos esses motivos, o VIX impacta não somente o Ibovespa, mas todas as negociações do mercado acionário mundial.

Podemos concluir que por ser considerado o “Índice do Medo” do mercado financeiro, o VIX é uma importante ferramenta que ajuda a mapear riscos e crises no mercado financeiro. Conforme estudamos anteriormente, uma pontuação alta para o índice significa maior temor por parte dos investidores. Ao passo que um VIX baixo sinaliza expectativa de risco baixo e, consequentemente, mais confiança por parte do mercado.

O US Dollar Index, conhecido pela sigla DXY, é um índice norte-americano que, assim como todo índice, é composto por uma cesta de ativos, no caso, moedas de países parceiros comerciais dos EUA. Criado em 1973 a última, e única, alteração da sua cesta foi em 1999 com a criação da zona do euro, precisando assim reajustar as moedas da sua cesta.

Entre as moedas que compõem o DXY tem-se:
Euro (EUR), peso de 57,6%
Iene Japonês (JPY) 13,6%
Libra Esterlina (GBP), 11,9%
Dólar Canadense (CAD), 9,1%
Coroa Sueca (SEK), 4,2%
Franco Suíço (CHF), 3,6%

Cada moeda da cesta oferece um percentual (%) de peso, criando uma média geométrica ponderada, forçando assim o preço do dólar para determinada direção para cima ou para baixo.

Negociado 21 horas por dia, sua atualização (cálculo de preço) é fornecida pela Intercontinental Exchange Inc (ICE), que sempre atualiza o DXY enquanto o dólar americano estiver aberto. Os horários de negociação desse índice começam no domingo à noite (21h de Brasília), pausando às 18h da segunda feira. O ciclo se repete até a sexta, quando as negociações fecham até às 21 horas do próximo domingo.

O DXY tem grande peso direcional, definindo a cotação do dólar americano em todo o planeta. Um exemplo foi visto recentemente, em que ele subiu forte, atingindo máximas históricas relevantes. Isso fez o dólar se valorizar frente a grandes moedas como o Euro, por exemplo. Assim, o DXY funciona como um termômetro de sentimento direcional da moeda.

Para aqueles investidores ou operadores que operam contratos de dólar ou que precisam acompanhar a moeda norte-americana frente ao real, por exemplo, se o DXY registra alta relevante, subindo mais de 1%, ele sinaliza aos operadores uma possível valorização do dólar frente ao real. Assim, os operadores tendem a se posicionar seguindo a valorização do DXY, acreditando na alta da moeda americana.

Portanto, o DXY é mais um índice importante que deve fazer parte da cesta de acompanhamento dos investidores, principalmente daqueles que acompanham o desempenho do dólar frente ao real.