Economia Básica

Equipe Universidade da Bolsa Atualizado em 11/02/2025

Economia é dito como a ciência que estuda como as pessoas e as sociedades tomam decisões que lhes permitam obter o máximo de proveito dos escassos recursos de que dispõem. Uma vez que os países, empresas e cada uma das pessoas precisam lidar com restrições e limitações, a economia está, portanto, em todo lugar. Por isso a grande importância em estudá-la.

Um exemplo disso é neste momento em que você está lendo este material. Você poderia estar fazendo qualquer outra coisa, porém entende que neste momento ele é a melhor opção para um tempo limitado. Assim como espera´se que a equipe que montou todos os materiais do nosso portal tenha usado as melhores referências e da melhor forma possível ou então que o governo esteja usando o nossos impostos da melhor forma possível e não em projetos sem importância para sociedade.

É isso o que a economia faz, ela analisa comportamentos individual e empresarial, bem como instituições sociais e políticas, de forma a entender o quão bem todos esses entes desempenham a tarefa de converter recursos limitados em bens e serviços que satisfaçam as necessidades.

Entender a economia permite que as pessoas entendam melhor como funciona o governo, as empresas e o mundo. Essa disciplina abre as portas para que as pessoas entendam, critiquem e analisem de forma mais técnica e objetiva os seus governos, por isso também a sua grande importância.
Muitos países já adotam a disciplina de economia como obrigatória nas escolas.

Esses dois conceitos serão mais detalhadamente estudados em capítulos posteriores neste curso de economia, porém é importante desde já saber diferenciá-los.

A macroeconomia olha para o todo, concentra-se mais em fatores econômicos amplos. Entre outros fatores econômicos mais amplos veremos o que são e para que servem as taxas de juros, inflação e as questões relacionadas ao desemprego. Outras questões mais avançadas da macroeconomia, que veremos mais adiante, referem-se ao estudo do crescimento econômico e como os governos utilizam a política monetária e fiscal para tentar moderar os prejuízos causados por uma recessão.

Já a microeconomia se concentra mais nos indivíduos e nas empresas. Veremos questões relacionadas a como os indivíduos se comportam quando encaram decisões sobre onde gastar seu dinheiro ou como investir suas economias. Porém, para as empresas, ela explica como as empresas maximizam os lucros individualmente ou quando estão competindo com outras no mercado.

Anteriormente falamos um pouco sobre a economia e a escassez. Voltamos a esse assunto para explicar o que é a escassez, que nada mais é do que um fenômeno fundamental e inevitável que cria uma necessidade para a economia. Para melhorar o entendimento, pense o que seria dos seres humanos sem escassez de tempo, ou de recursos, informação, entre outros, pode-se concluir que simplesmente não teríamos falta de nada.

Escassez é a razão pela qual não se pode ter tudo, mesmo a pessoa mais rica do mundo terá escassez de tempo ou de recursos físicos.
Ou seja, em algum nível, uma escolha sobre como gastar todo esse dinheiro terá que ser feita, por maior que ele seja.

Qualquer economista lhe dirá que você pode ter o melhor possível em uma certa circunstância, mas não se pode ter tudo.
A questão da escassez será bastante abordada em todos os estudos do nosso material de economia.

Vamos detalhar um pouco mais sobre a macroeconomia, assim teremos um melhor fundamento quando entrarmos mais afundo no assunto. Por hora, vamos falar de forma um pouco mais abrangente sobre o assunto.

Um dos tópicos que veremos na Macroeconomia é a medição, ou seja, como medimos as coisas. Aquela velha frase também se encaixa aqui: "o que não é medido, não pode ser controlado". Portanto, na macroeconomia veremos o que é e como os economistas medem o PIB (produto interno bruto), o valor de todos os bens e serviços produzidos. Medir o PIB é uma forma de verificar como a economia está indo e se as políticas governamentais estão surtindo efeito.

Quando falamos em medição, temos que falar de outra medição também muito importante, é a inflação. A inflação mede a variação dos preços em um dado período, medi-la também é fundamental porque quando essas taxas estão altas indicam enormes problemas econômicos, como profundas recessões. A inflação também mostra-se essencial para verificar a política governamental. Isso porque uma política governamental pobre mostra-se a grande culpada por essa alta taxa, significando que os governos são os grandes responsáveis quando essas taxas altas acontecem.
Outro assunto importante que veremos mais adiante será com relação às políticas fiscais e monetárias, que são imprescindíveis no assunto de macroeconomia, inclusive para enfrentar recessões.

A política monetária usa as mudanças quanto ao fornecimento de dinheiro para alterar as taxas de juros, a fim de estimular a atividade econômica.Um exemplo que vemos é quando o governo provoca a queda de juros, isso causa uma baixa nos juros de empréstimos por exemplo. Com isso, as pessoas conseguem pegar mais dinheiro emprestado e comprar mais coisas, como casas, carros, eletrodomésticos, etc. Assim, nota-se que a atividade econômica tende a se movimentar mais.
Já a política fiscal se refere ao aumento das despesas públicas ou a diminuição das taxas de impostos para ajudar a combater a recessão.
Por exemplo, quando o governo compra mais bens e serviços ele acaba aumentando a atividade econômica. Outra forma de aumentar a atividade econômica é quando ele decide cortar taxas de impostos, assim os consumidores terão maiores rendimentos.

Mais adiante veremos as ideias do economista inglês John Maynard Keynes, que no ano de 1936 escreveu o primeiro livro de macroeconomia sobre como lutar contra a recessão. As suas ideias levam em consideração as duas políticas que vimos acima. No entanto, duas décadas depois do livro e das ideias expostas por Kaynes, verificou-se que, apesar de suas ideias funcionarem por mais de 20 anos, as políticas fiscal e monetária tinham as suas limitações.

Anteriormente vimos que a macroeconomia estava preocupada com questões mais gerais como as políticas governamentais. Já a microeconomia está mais preocupada com os indivíduos e com as empresas.

O primeiro conceito que vemos em microeconomia é sobre a oferta e procura. A oferta e a procura determinam os preços e os níveis de produção em mercados competitivos. Assim, tem-se que os produtores determinam a oferta, já os consumidores são aqueles que determinam a procura por essa oferta, e por fim, a interação entre eles vai determinar o que é produzido e o seu custo.

Veremos mais adiante no curso como os indivíduos tomam decisões econômicas para obter a máxima satisfação dos seus escassos recursos, além disso, como estas decisões geram as curvas de demanda que afetam os preços e os níveis de produção dos mercados. As decisões de maximização de lucros das empresas também geram curvas de demanda que afetam os mercados. Mais adiante veremos como tudo isso acontece.

Ainda nos conceitos de microeconomia veremos dois conceitos importantes no que se refere às empresas. Analisaremos porque a competição entre empresas é tão grande e as características de empresas competitivas que as fazem ser melhores que as outras, seja oferecendo produtos que os consumidores desejam consumir ou com uma produção eficiente que acarreta numa produção de bens e serviços ao menor custo possível. Estes dois fatores a respeito das empresas concorrentes remete ao famoso conceito de “mão invisível” de Adam Smith — a ideia de que quando forçada pela concorrência, a ganância de cada empresa acaba levando-a a agir socialmente de maneira ótima, como se orientada para fazer a coisa certa por meio de uma mão invisível.

O outro conceito dentro dessa parte de empresas é com relação aos problemas causados pela ausência de concorrência, em que as empresas não agem de forma socialmente correta. Nesse caso, temos como extremo o monopólio, onde apenas uma empresa atua em determinado segmento, sem absolutamente nenhum concorrente. Monopólios em sua maioria restringem a produção para aumentar preços e inflar lucros, essas ações prejudicam os consumidores e por vezes essas ações somente são combatidas quando o governo toma medidas para regulamentar o comportamento dessas empresas.

Outro caso, porém radical, de ausência de concorrência é o oligopólio. Nesse caso, tem-se que há apenas um pequeno número de empresas em um determinado ramo. Essas empresas podem promover acordos para não competirem umas com as outras, de forma a manterem os preços elevados e obter maiores lucros. Uma forma de evitar isso é criar leis para tornar ilegal o estabelecimento de tal fixação de preços, muito países adotam essas medidas.

Na microeconomia também estudamos a melhoria nos direitos de propriedade. Neste tópico discutimos questões de poluição, extinção de espécies, entre outros problemas que são levados muito a sério pelos economistas.

Por fim, falaremos sobre falhas comuns do mercado, em que juntamos conceitos de monopólios, oligopólios e a péssima regulamentação do direito de propriedade que são chamadas de deficiências de mercado. Ou seja, são situações em que os mercados não distribuem bons resultados socialmente. Duas outras causas comuns de falha do mercado são informações assimétricas e bens públicos. A primeira se refere a situações nas quais o comprador sabe mais que o vendedor sobre a qualidade do bem que estão negociando, ou então o vendedor sabe mais que o comprador e isso causa um campo desigual entre as duas partes. A segunda, bens públicos, se refere a bens ou serviços que são impossíveis de ser fornecidos a apenas uma pessoa; se você os provê para uma pessoa terá que provê-los para todos. Essas falhas serão mais discutidas nesta parte de microeconomia no curso.

Economia é tudo o que diz respeito a como grupos e indivíduos fazem escolhas e por que. Este tema tem sido muito pesquisado pelos economistas, entender esses conceitos de escolhas do consumidor ajudam a entender o como e o porquê das escolhas que as pessoas fizeram no passado tem uma chance muito boa de entender as escolhas que farão no futuro.

Entender ou mesmo prever o comportamento das escolhas futuras é muito importante porque grandes mudanças no ambiente econômico são, tipicamente, o resultado de milhões de pequenas decisões individuais que se somam a uma tendência maior. Um exemplo disso é a escolha das pessoas em poupar ou gastar seus salários, essa escolha determina se as taxas de juros aumentam ou diminuem, se o PIB vai ter um crescimento, etc.

Os economistas criaram um modelo do comportamento que ajuda a prever como interesses pessoais levam os indivíduos a fazerem escolhas. Este modelo presume a racionalidade e a habilidade de calcular o dilema entre possíveis escolhas. O modelo é um processo de três estágios:
1. Avaliar como cada opção pode fazê-lo mais feliz;
2. Olhar para as restrições e dilemas que limitam suas opções;
3. Escolher a opção que maximize sua felicidade global.

Este modelo geralmente faz previsões exatas, apesar de não ser uma descrição completa do ser humano.
Algumas pessoas questionam este modelo por acharem que ele tende a mostrar que as pessoas são egoístas e não são motivadas pelo melhor para os outros, ou ainda há o  questionamento se as pessoas são conscientes de suas opções o tempo todo, ou ainda se elas realmente são livres para tomar decisões. São questionamentos importantes que tentaremos abordar no decorrer dos estudos.

Os economistas afirmam que os seres humanos são agentes livres com vontade própria, portanto elas decidem por si. Além disso, as pessoas são movidas pela motivação básica, ou seja, o desejo de estar satisfeita. Assim, os economistas deduzem que as pessoas fazem suas escolhas baseando no fato de se essa escolha fará ela feliz ou não.

Já que as pessoas baseiam suas escolhas no máximo de satisfação que terão, então elas precisam comparar quanta satisfação cada possibilidade lhe trará. Por exemplo, uma pessoa pode preferir dirigir rápido porque isso traz mais satisfação do que dirigir devagar, outra pode preferir dirigir devagar porque se levar uma multa ficará muito insatisfeita.
Assim, os economistas supõem que você pode comparar todas as coisas possíveis que pode experimentar, com uma medida comum de felicidade ou satisfação, que eles chamam de utilidade. Coisas que a pessoa gosta muito tem uma alta utilidade, enquanto que coisas que a pessoa gosta pouco tem pouco ou uma utilidade negativa.

Agora que vimos esses conceitos importantes de satisfação pessoal e utilidade, podemos ir para um ponto de debate que havíamos levantado anteriormente. Um dos pontos é que, os economistas afirmam que as pessoas fazem suas escolhas a fim de maximizar sua felicidade pessoal. Mas surge o velho questionamento: e aquelas pessoas que suportam um grande sofrimento pessoal para ajudar outra? Exemplo é uma mãe que não come para dar comida ao seu filho. Nesse caso, os economistas veem o desejo de ajudar os outros como sendo uma preferência pessoal que maximiza a própria felicidade. O mesmo pode ser dito das pessoas que fazem doações para a caridade.
Portanto, o que muitos podem considerar como generosidade ou altruísmo, pode também ser vista como a hipótese de que as pessoas fazem coisas para se sentirem felizes. Veja que, seguindo essa lógica, se as pessoas doam porque isso faz com que se sintam bem, seu ato de altruísmo é motivado por intenções ‘egoístas’. É um assunto delicado, mas bastante desenvolvido na economia.

A economia preocupa-se com a maneira com que as pessoas atingem suas metas, em vez de questionar a moralidade destas. Os economistas não fazem distinção entre grupos no que tange às suas preferências, eles só se interessam como cada grupo se comporta dadas as suas preferências.

Podemos inserir aqui umas das ideias de Adam Smith, um dos pais da economia e autor do famoso livro "A Riqueza das Nações", publicado em 1776. Smith acreditava que a busca das pessoas por sua felicidade individual proporcionaria a felicidade para as outras pessoas também. Uma das observações de Smith publicada em seu livro é a célebre frase: “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que podemos esperar o nosso jantar, mas da consideração de seus própriosinteresses”. Em resumo, o açougueiro, o cervejeiro e o padeiro não provêem os bens que você necessita porque gostam de você, mas porque querem o seu dinheiro. Contudo, porque querem seu dinheiro, eles terminam produzindo tudo o que é necessário para que você tenha uma refeição agradável.
Adam Smith expandiu esta ideia dizendo que uma pessoa perseguindo seus próprios interesses egoístas pode ser “levada por uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte do seu propósito”. Por conta de os economistas reconhecerem esta “mão invisível”, eles estão menos preocupados com intenção do que com resultado, e menos preocupados com o que deixa as pessoas felizes do que como estas pessoas perseguem as coisas que as fazem felizes.

O segundo ponto que o modelo do comportamento discutido acima cita são as limitações. Na vida temos diversas limitações como tempo, recursos naturais, entre outras. Um exemplo é o petróleo, o petróleo pode ser usado na indústria farmacêutica, que podem salvar vidas, ou na movimentação de um automóvel, como uma ambulância. Dessa forma, a sociedade vai decidir quanto de petróleo será destinado para os dois.
Existem inúmeras limitações físicas na natureza como água, petróleo, horas de sol (muitos carros são movidos a energia solar), e até mesmo de peixes (já existem leis para controlar espécies de animais em extinção). Assim, não há recursos naturais suficientes para que todos tenham tudo o que desejam.
Por isso que a utilização do recurso vai para a melhor oferta. Alguns podem dizer que isso pode discriminar os pobres, porém ele garante que os suprimentos limitados dos recursos irão ao menos para as pessoas que mais os valorizam, ou seja, para aqueles que escolheram estes recursos para maximizar sua felicidade.

Ainda nessa linha temos o conceito de Custo de Oportunidade. Este conceito se refere a uma alternativa ser melhor que a outra. Por exemplo, se uma pessoa ama sorvete, mas ama mais ainda torta de chocolate e alguém oferecesse apenas sorvete, a pessoa aceitaria. Porém, se as duas alternativas fossem oferecidas, a pessoa escolheria a torta de chocolate. Falando na linguagem da economia temos que se você escolher a torta de chocolate, ainda estará diante do custo de oportunidade de ter que abrir mão do sorvete, no entanto, está disposto a fazer isso porque o custo de oportunidade do sorvete é menor que os benefícios da torta. Assim, os custos de oportunidades são limitações inevitáveis ao comportamento porque você sempre terá que decidir o que é melhor e desistir da segunda melhor alternativa.

O terceiro ponto do modelo do comportamento se refere às escolhas que nada mais é do que a análise do custo-benefício.
Resumindo os três pontos tem-se que no primeiro estágio avaliamos quanta felicidade cada uma das opções podem trazer mensurando a utilidade de cada uma, no segundo estágio determinamos as restrições e oportunidade de custos de cada opção, e por fim, no terceiro estágio escolhemos a opção na qual os benefícios superam em maior margem os custos.

Neste terceiro ponto utilizamos uma versão muito mais poderosa de análise do custo-benefício, é o conceito de utilidade marginal. Esse conceito não diz apenas que você irá tomar sorvete, como indica a análise do custo-benefício, ele diz, também, quanto sorvete você irá tomar.
A utilidade marginal diz que a quantidade de utilidade que determinada coisa traz depende do quanto dessa coisa a pessoa já possui. Exemplificando para ficar mais claro, imagine que uma pessoa esteja com muita fome, o primeiro pedaço de pizza traz muita utilidade, o segundo também é agradável, mas já não é tão bom quanto o primeiro, e o terceiro traz menos utilidade que o segundo, e se a pessoa continuar comendo até que se sinta mal trará como resultado uma utilidade negativa.
Com isso surge o que os economistas chamam de utilidade marginal reduzida, ou seja, cada pedaço de pizza adicional (ou marginal) traz menos utilidade que o primeiro, de forma que, a utilidade extra (ou utilidade marginal) trazida por cada pedaço sucessivo diminui à medida que a pessoa come mais e mais.

Os economistas estão muito seguros de que a análise do custo-benefício e utilidade marginal reduzida são boas descrições para o processo de tomada de decisão, porque há muitas evidências de que outras espécies também se comportam de maneira coerente com esses conceitos. Um exemplo disso são os pássaros, cientistas podem treinar os pássaros para bicarem um botão e ganharem comida. Nesse experimento os cientistas também aumentaram o custo da opção de comida, em que os pássaros precisam aumentar os cliques no botão para ganhar a comida, e o interessante é que eles respondem de forma racional, fazendo o necessário para que não fiquem exaustos. Os pássaros parecem entender que eles têm apenas um número limitado de cliques que podem fazer antes que fiquem exaustos, e distribuem esses cliques entre duas opções, maximizando assim sua utilidade total. Inseridas outras opções (novos botões com diferentes benefícios), eles observam os custos e benefícios correspondentes às opções e alteram seu comportamento muito racionalmente.
Dessa forma, embora os modelos dos economistas sobre o comportamento humano pareçam ignorar alguns fatores relevantes, eles levam em conta certos comportamentos fundamentais e universais.

Para encerrar este estudo sobre as escolhas do consumidor, existem três situações que as pessoas ainda são irracionais, no entanto, após ler sobre isso as pessoas normalmente pensam mais a respeito quanto confrontadas com essas situações, por isso é bom prestar atenção nisso.
O primeiro ponto é o Custo Enterrado. Por exemplo, se um rodízio de pizza custa 30 reais, quanto vocês deveriam comer? Um economista certamente responderia: coma exatamente a quantidade de comida que te faz mais feliz. O problema é que as pessoas se perguntam quanto elas devem comer em relação a quanto pagaram. No entanto, o custo do rodízio já faz parte do passado, não importa se a pessoa comer 8 ou 80 pedaços de pizza, o preço será o mesmo. Assim, o custo não deveria entrar na questão de quanto comer, o custo não deveria mais afetar a atual e futura decisão, ele está enterrado.
Falando racionalmente, você deveria considerar apenas o futuro, custos potenciais e benefícios marginais de suas atuais opções.
Infelizmente, a maioria das pessoas tende a permitir que os custos enterrados afetem sua tomada de decisão, até que um economista mostre a elas que os custos enterrados são irrelevantes ou, como os economistas nunca cansam de dizer, “Custo enterrado está enterrado!”.
O segundo ponto é a confusão que as pessoas fazem entre porcentagem e custo de dinheiro. Por exemplo, suponha que um aparelho de som custa 1000 reais na sua cidade e 950 na cidade vizinha e a pessoa gaste 10 reais de gasolina para comprar o aparelho. A economia de rodar alguns quilômetros seria de 40 reais. No entanto, as pessoas costumam chegar a conclusão que a economia seria de 4% e não valeria a pena essa economia. Você pode pensar que está sendo esperto, mas apenas se comportou de uma maneira colossalmente irracional e inconsistente. Custos e benefícios são absolutos, mas as pessoas cometem o erro de pensar nos custos e benefícios de dirigir até a próxima cidade em termos de porcentagem ou proporções. É muito importante saber que o benefício de dirigir até a próxima cidade é a real quantia em dinheiro que você economizou, e não a proporção que economizou.
Por fim, outro erro clássico é com relação a confusão do marginal, que já estudamos, com a média. Para tornar mais clara a ideia, imagina que o governo queira construir três pontes ao custo de 30 milhões, sendo 10 milhões por ponte. Um economista faz os cálculos e conclui que essas três pontes beneficiariam em 36 milhões a cidade, ou seja, 12 milhões por ponte, isso porque melhoraria o deslocamento de produtos, aumentaria as vendas, entre outros benefícios.
Baseando nesses cálculos o político resolve fazer uma quarta ponte, pois como ele ganhou 2 milhões por ponte, ele acha tolice não construir mais uma ponte. Entretanto, o que realmente importa nesta decisão é o custo marginal e o benefício marginal, e não as médias. Não adianta ele adicionar uma quarta ponte se ela não resultar em benefícios. Por exemplo, construir uma ponte entre duas cidades que não agregará benefícios de deslocamento de produtos ou pessoas não trará absolutamente nenhum benefício.
Portanto, deve-se comparar os CUSTO marginais daquela ponte extra com os BENEFÍCIOS marginais daquela ponte marginal extra. Se os benefícios marginais excederem a margem de custos, você deve construir a ponte, porém se as margens de CUSTOS excederem os benefícios marginais, então não deve.

A sociedade utiliza algumas formas de determinar o que é possível produzir, assim como o que é melhor.
Quando determina-se o que é possível produzir numa economia, existem dois fatores que afetam tanto esse produto que será produzido quanto a quantidade dele que será disponibilizado: recursos limitados e diminuição dos rendimentos.
O primeiro obviamente indica que se tivéssemos recursos ilimitados poderíamos produzir bens e serviços ilimitados. O segundo fator diz, basicamente, que quanto mais você produz alguma coisa, menos retorno obtém de cada unidade sucessiva. Eventualmente, os custos excedem os benefícios, o que limita o quanto disso você quer produzir, mesmo que o produto seja seu objeto favorito. Assim, os recursos serão dirigidos para produzir outras coisas para as quais os benefícios ainda prevalecem sobre os custos.
Portanto, essas duas vertentes, recursos limitados e diminuição dos rendimentos, determinam as possibilidades da produção.

Sem recursos não há produção, assim os economistas dividem as entradas, ou fatores de produção, em três classes: terra, trabalho e capital.
A terra é considerada pelos economistas mais do que propriedade, terra se refere a todos recursos naturais que podem ser utilizados para produzir coisas que as pessoas desejam consumir. O trabalho é aquilo que as pessoas devem fazer para produzir coisas, por exemplo, uma árvore tem o trabalho humano que produz uma casa. O capital são as máquinas produzidas pelo homem, além de ferramentas e estruturas que não são consumidas diretamente, mas são usados na produção de outras coisas que serão consumidas pelas pessoas.
Além dessas três também se fala em capital humano, que é o conhecimento e habilidade que as pessoas utilizam para ajudá-las na produção. Por exemplo, nós temos muito capital humano no que diz respeito a ensinar economia, mas temos pouquíssimo capital humano no que diz respeito à pintura de automóveis.
O capital humano é um dos importantes diferenciais das grandes economias, pois eles possuem pessoas com mais alto capital humano do que países subdesenvolvidos, portanto, essas pessoas produzem mais na mesma quantidade de tempo que pessoas de países subdesenvolvidos, elas possuem melhor educação e treinamento.
Se as sociedades puderem elevar os níveis de capital humano de seus operários, não somente poderão produzir mais com as mesmas entradas limitadas de terra, trabalho e capital, mas seus operários ainda serão mais bem pagos e apreciarão padrões de vida mais altos.

Combinando os conceitos de limitações e dos recursos que comentamos tem-se que com as limitações na quantidade de terra, trabalho e capital, a limitação do capital humano significa que a sociedade é capaz de produzir somente uma quantidade limitada de produtos. E, além disso, as decisões sobre onde é melhor alocar estes recursos limitados torna-se crucial, porque os recursos devem ser utilizados para produção de bens e serviços, que trarão uma maior quantidade de felicidade consigo.

Agora vamos voltar ao conceito anterior de diminuição dos rendimentos que é o fator econômico mais importante para determinar o que produzir de tudo que poderia ser produzido. Esse conceito, como vimos, se refere ao fato de que, para praticamente tudo o que as pessoas produzem, a quantidade de produto adicional que você obtém de cada unidade adicional de saída diminui à medida que você usa mais e mais da entrada.
Esse conceito está diretamente ligado aos custos de capital se mantendo constantes. Exemplificando, imagine que uma pessoa é enviada para um pomar de maçãs para colher maçãs. Durante a primeira hora apanha-se muitas maçãs, pois elas estão nos galhos mais baixos, sendo mais fáceis de alcançar. Na segunda hora, como as maçãs estão mais altas fica mais complicado de fazer a colheita e com o passar das horas e quanto mais altas estão as maçãs, mais complicado será.
Dado que sejam pagos 10 reais por hora para um colhedor de maçã, pode-se observar que na primeira hora ele apanha 500 maçãs, na segunda hora ele colhe 300 e na terceira 100. Para a mesma quantidade de horas, pode-se notar que o custo dessa produção aumenta bastante.
Como o custo está crescendo para produzir mais maçãs, nota-se que os preços de maçãs adicionais após a primeira hora serão mais caros, visto que teremos que repassar esse custo do colhedor para os consumidores.

Como o fator de diminuição dos rendimentos assegura que o processo de produção ficará, eventualmente, mais caro, uma sociedade, normalmente, aloca seus recursos limitados amplamente, para muitos processos de produção diferentes. Assim, se tivéssemos, por exemplo, uma propriedade de laranjas, seria mais prudente dedicarmos o tempo que era mais caro na colheita de maçãs para a colheita de laranjas, e não mais de maçãs. Como você paga a ele o mesmo salário independente de que fruta colhe, você usa o trabalho dele mais inteligentemente.
Porém, isso também tem um limite, pois em certo momento, mover operários adicionais da colheita de maçãs para colher laranjas não irá mais beneficiá-lo, e você alcançou o que os economistas chamam de ótima alocação de seus recursos de trabalho. Assim que encontrar este ponto, você não terá outro incentivo para mover os operários da colheita de uma fruta para outra, porque nenhuma movimentação adicional de operários aumentará a quantidade total de frutas colhidas. Neste ponto, foi maximizado o potencial de colheita.

Após essa decisão importante de combinação eficiente de produção, tem-se outro fator primordial que é a decisão do que deve ser produzido. Esse é um fator muito complicado, pois cada indivíduo tem uma opinião sobre o que é mais importante para ser produzido. Essas prioridades concorrentes significam que algum tipo de processo de tomada de decisão deve ser estabelecido para determinar o que será, de fato, produzido e para (tentar) assegurar que ele agradará a maioria das pessoas na maior parte do tempo.
Em muitas economias modernas, este processo é o resultado de ambas as decisões, privada e pública, atuando por meio de uma combinação de mercados livres e ação governamental. Quando analisamos as maneiras como as economias modernas e as sociedades selecionam uma combinação de mercadorias e serviços para produzir, é necessário compreender que as leis e as instituições econômicas atuais são o resultado de pressões conflitantes sobre deixar o mercado aos seus próprios dispositivos durante a transformação de recursos em produtos, ou utilizar o poder do governo para intervir nos mercados, de modo a garantir um conjunto diferente de resultados. Um exemplo que o governo interfere é quando a produção de algo é muito poluente, nesse caso o governo atua de forma a limitar essa produção, senão essas empresas poderiam aumentar muito a sua produção e agravar de forma considerável a poluição. Outra intervenção do governo e quando algum bem ou serviço é muito produzido para um grupo limitado da sociedade, essa distribuição desigual gera forte pressão para uma intervenção governamental de maneira a equalizar os padrões de vida.

Estes fatores são ambos a causa e a consequência do fato de nossas economias modernas serem amplamente uma mistura de mercado de produção e intervenção governamental. Para a maior parte, o que produzir, quanto produzir e quem obtém tais produções, é decidido por transações voluntárias feitas por indivíduos e empresas. Mas algumas vezes, o governo utiliza seus poderes coercivos para alcançar resultados que não aconteceriam se os indivíduos e empresas fossem deixados aos seus próprios interesses.

Quando um indivíduo se oferece para fazer algo ou vender algo para outro indivíduo a um preço que ambos se agradam, dizemos que é isso se chama Produção de Mercado. Os mercados são excelentes em produzir coisas que as pessoas desejam pagar para ter.
Outro conceito do mercado é o de Mercado Competitivo. Este se refere àquele em que muitos vendedores competem uns contra os outros para atrair consumidores, assim cada vendedor tem um incentivo para vender ao preço mais baixo possível de forma a atrair clientes dos concorrentes.
Um mercado competitivo também tende a garantir produtividade eficaz porque a melhor maneira para os vendedores manterem os preços baixos é a certeza que estão utilizando todos os seus recursos de modo eficiente e que nada é desperdiçado. Como a concorrência é contínua, a pressão para ser eficaz é constante. Os vendedores também têm um grande incentivo para melhorar sua eficiência, de forma a vender por um preço mais baixo que os seus rivais.

Economias de mercado são chamadas com frequência de Sistemas de Preços porque os preços servem como sinais que demarcam os recursos. Itens em alta demanda têm preços altos e itens de baixa demanda têm preços baixos. Como a atividade comercial gosta de ganhar dinheiro, eles seguem os sinais dos preços e produzem mais daquilo que tem o maior preço e menos daquilo que tem o menor preço.
Dessa maneira, os mercados tendem a tomar nossos parcos recursos e utilizá-los para produzir aquilo que as pessoas mais desejam – ou ao menos aquilo que os consumidores estão mais dispostos a pagar.

Nas economias centralizadas, dirigida, ou comunismo, toda atividade econômica é feita sob as ordens do governo. Esse tipo de economia era muito comum até a queda do muro de Berlim e do colapso do comunismo no final dos anos 80. As pessoas não viviam bem, pois, entre outras coisas, a escassez era constante, médicos careciam de seringas e medicamentos, alimentos eram pouco fornecidos. Nesse sistema, os bens e serviços não eram alocados utilizando-se o sistema de preços no qual a produção chegava àqueles que desejavam e podiam pagar por ela. Ao invés, porque todos num país comunista são ideologicamente iguais, o governo tentou dar a todos uma quota igual dos bens e serviços produzidos. O resultado, no entanto, não foi uma divisão por igual, ao invés disso, havia longas filas e, aqueles que eram capazes de ficar longos períodos nessas filas, conseguiam mais do que aquilo que lhes era devido. Quando se avistava uma fila, as pessoas já entravam nela, pois provavelmente era algum produto que lhe seria útil. Em Moscou, por exemplo, funcionários do governo, chamados planejadores centrais, tentaram determinar as quantidades corretas a serem produzidas para 24 milhões de itens diferentes, esta era uma tarefa impossível. Um exemplo são os rolos de papel higiênico, quanto seriam necessários? E com base nisso, quantas árvores cortar para produzi-los? Quantos vagões para transportar? Mas também teria que ser balanceado o número de árvores com outras coisas que também são produzidas com árvores, e os vagões deveriam também ser divididos com alimentos que também tinham que ser transportados.
Outro problema conhecido era quando a colheita era antecipada e os vagões estavam sendo utilizados em outras demandas. Tudo isso é muito complexo e demanda muito mais informações que se pode ter acesso.

Obviamente que os mercados não são perfeitos, um dos problemas é que os mercados produzem qualquer coisa desde que as pessoas queiram pagar por elas, mesmo que isso não seja bom para as pessoas ou para o meio ambiente, além disso, os mercados não garantem equidade ou justiça.
As drogas ilícitas são um grande exemplo de disponibilidade, mesmo com os governos tentando fazer operações policiais e programas de conscientização, esse é um grande exemplo da força dos mercados. Enquanto há lucro ela continuará sendo produzida e vendida sem qualquer importância do valor social ou suas consequências negativas.
Outro grande problema com os mercados é que eles fornecem a todos aqueles que têm dinheiro para gastar. O sistema de preços incentiva a produção apenas daqueles itens que as pessoas estão dispostas a pagar. Se a pessoa for pobre, não consegue dar aos produtores os incentivos para que produzam para ele nem sequer os itens básicos para suas necessidades, como medicamentos e comida. Num autêntico sistema de preços, os recursos são direcionados para a produção de itens para os que têm dinheiro para gastar.
A desigualdade entre renda também é outro problema causado pelo mercado. Como sistemas de mercado recompensam aqueles que estão mais bem preparados para prover bens e serviços que as pessoas querem adquirir, alguns vendedores tornam-se muito ricos porque eles são melhores em proporcionar às pessoas o que elas desejam. Isso leva invariavelmente a grandes desigualdades em termos de riquezas que muitos consideram ofensivas, mesmo quando o dinheiro é honestamente ganho, e a despeito de pessoas altamente produtivas fazerem grandes contribuições para o aumento da produção e maximização da felicidade.

Muitas sociedades usam seus governos para intervir e tratar dos problemas que os mercados criaram ou não conseguem resolver, como por exemplo, proibir drogas, impostos pesados em álcool e cigarro, subsídios para encorajar a produção de bens e serviços desejáveis como educação infantil e assistência médica, e também, o governo incide em impostos sobre os abastados para prover bens e serviços para os menos afortunados e reduzir as desigualdades de renda e riqueza investindo esse dinheiro em parques, arte, etc.

Dependendo da situação, a combinação da produção feita pela intervenção governamental pode ser melhor ou pior que a combinação do mercado em termos de eficácia de produção, eficácia de alocação ou ambas. A melhor combinação depende das especificações de cada caso.

Essa intervenção governamental pode piorar as coisas quando programas são usados em interesses pessoais ou um pequeno grupo de interessados, os serviços produzidos pelo governo são de má qualidade porque não existe concorrência para criar incentivos à produção governamental de bens e serviços eficientes ou ainda quando os governos engessam as coisas com leis que levam anos para terminar ou serem escritas não permitindo inovações rápidas.

Embora os mercados às vezes falham em entregar tudo que a sociedade deseja, a intervenção governamental não é uma panaceia. Os mercados desempenham bem a distribuição da grande maioria das coisas que as pessoas desejam e, em geral, eles conseguem fazer isto ao menor custo possível. Consequentemente, a intervenção governamental deveria ser bem ponderada para não tornar as coisas piores.

Discutimos anteriormente diferentes tipos de economia, no entanto, no mundo real, poucos governos optam por um tipo extremo de economia, como totalmente baseada em mercado ou predominante intervenção governamental. Tem-se que a maioria das sociedades opta pelo entrelaçamento entre mercados.
Os três tipos de economias que temos são a Economia de Mercado em que praticamente não há intervenção governamental e quase todas as atividades econômicas acontecem no comércio, por outro lado a chamada Economia Dirigida é aquela em que toda a atividade econômica é comandada pelo governo, e por fim, a Economia Tradicional que é aquela em que produção e a distribuição são gerenciadas nos moldes das antigas tradições culturais como, por exemplo, o que ocorria na Europa medieval em que as pessoas não podiam fazer parte do governo ou atingir um alto posto militar a não ser que tivessem nascido na nobreza. Esse último tipo tem sido cada vez mais raro visto que restrições da economia tradicional, como idade e gênero, tem se tornado cada vez menos importante, e abolido, pela sociedade.

  Em razão de quase todas as economias modernas serem uma mistura dessas três categorias econômicas, mais as duas primeiras como comentado, muitas acabam sendo classificadas como economias mistas. O resultado é que a maioria das economias mistas de hoje são uma mistura dos outros dois tipos puros: a economia dirigida e a economia de mercado. Os Estados Unidos e o Reino Unido, por exemplo, dão maior ênfase nos mercados, enquanto que a França e a Alemanha, por exemplo, têm como característica uma ênfase maior em intervenções governamentais. Por outro lado, alguns regimes totalitaristas, como o da Coreia do Norte, ainda insistem em governar executando o comando econômico puro. Por exemplo, até mesmo em Cuba, uma economia de comando existe ao lado de uma pequena economia florescente, e outros estados que só possuem um partido, como a China ou o Vietnã, deram grandes passos ao libertarem setores empresariais de suas economias.

É interessante notar que um tipo de economia não é benéfico, até mesmo uma economia somente baseada em sistemas de preços, sem nenhuma intervenção do governo, teria sérios problemas. Isto porque uma economia de mercado precisa do governo para fazer valer o direito de propriedade para que as pessoas não roubem, sistemas jurídicos para fazer e cumprir contratos para as pessoas comprarem e venderem bens e serviços, proporcionar dinheiro seguro contra falsificadores, import patentes direitos autorais para incentivar a inovação e criatividade, entre outros. Tudo isso deve estar em ordem para que os mercados funcionem, o governo deve proporcionar a estrutura institucional necessária para que as economias de mercado funcionem, e, em seguida, possa sair do caminho e deixar que as pessoas produzam e vendam o que for necessário.