Entrando na Bolsa

Equipe Universidade da Bolsa Atualizado em 26/02/2025

Primeiramente precisamos saber quem é a responsável por fazer a Bolsa de Valores funcionar. Neste caso, a empresa responsável por intermediar negociações de ações, títulos públicos, Fundos Imobiliários, derivativos, entre outros, é a empresa chamada B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), que é o resultado da fusão das antigas empresas BM&FBOVESPA e a Cetip.
Contextualizando melhor o leitor sobre a Bolsa de Valores, ela foi criada ainda em 1895 sob o nome de Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo, que décadas mais tarde se chamaria Bovespa. Por volta dos anos 2000, a Bovespa e a Bolsa do Rio de Janeiro comandavam quase todo o Mercado de Ações brasileiro. Cada uma delas possuía seus próprios produtos. No entanto, ainda existia outra empresa que atuava negociando contratos de mercadorias, principalmente, commodities e derivativos à vista para pagamento futuro e, até então era a maior empresa de valores do Brasil, chamada de Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Então, em 2008 as duas maiores Bolsas, a BM&F e a Bovespa, decidiram se unir e assim criaram a maior e mais valiosa Bolsa de toda América Latina, passando a se chamar BM&F Bovespa, que era a união dos nomes das duas Bolsas. Mas a união de forças prosseguiu e em 2017 uma nova empresa se fundiu com elas, a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), surgindo assim a B3. Dessa forma, a B3 tornou-se a 5ª maior empresa de comercialização de ativos financeiros do mundo, com patrimônio estimado em 13 bilhões de dólares.

A B3 fornece toda segurança, transparência e liquidez necessária para que os investidores e as empresas se capitalizem e invistam. Ela está entre as maiores empresas de capital financeiro do mundo.

Cada vez mais pessoas no Brasil estão aplicando seu capital em investimentos, mas ainda temos um percentual de pessoas investidoras muito abaixo do que outros países desenvolvidos, como os Estados Unidos. Conforme as pessoas aprendem mais sobre investimentos e surgem informações de mais qualidade, as pessoas tornam-se investidoras na Bolsa de Valores.

Basicamente, as empresas vendem parte de seu negócio (na forma de ações) e as pessoas interessadas podem comprá-las para obter o percentual dos lucros da empresa. O mais interessante é que hoje a Bolsa de Valore é totalmente online, tornando-se muito simples acompanhar os investimentos por meio do computador ou até mesmo pelo celular. Outra facilidade é que os aplicativos e sites das corretoras, que é quem faz a intermediação com a Bolsa de Valores (como um corretor de seguros), oferecem funcionalidades bastante simples para pesquisar empresas e comprar ou vender ações de forma muito simples.

Agora que já entendemos o histórico da Bolsa de Valores, precisamos saber como Entrar na Bolsa de Valores, como podemos consultar as empresas, as cotações, etc. Para Entrar na Bolsa não é preciso investir nenhum real, o investimento apenas se dá quando a pessoa transfere o dinheiro para a corretora e compra uma ação. Pois bem, vamos primeiramente conhecer quais corretoras existem:
- Toro Investimentos: Corretora da Bolsa de Valores que pertence ao Banco Santander. A Toro possui altos investimentos e uma equipe de especialistas excelente. O atendimento da corretora também é muito bom para esclarecimentos ou dúvidas.
- Clear: Essa corretora pertence ao Grupo XP Investimentos e possui um home broker muito simples de mexer. A corretora também investe bastante em educação financeira.
- XP Investimentos: Corretora do próprio Grupo XP Investimentos, mais focado em alta renda. A corretora disponibiliza um especialista para cada conta.
- BTG Pactual: Maior banco de investimentos da América latina possui um acervo tecnológico excelente e também faz bastante investimento na parte educacional para seus correntistas.

Após escolher a corretora, o investidor precisa acessar o famoso "home broker", que nada mais é do que um painel criado pela corretora para que o investidor possa pesquisar as empresas e suas cotações e realizar a compra e venda das suas ações.
O exemplo abaixo mostra o investidor acessando o meu do home broker e depois acessando o painel principal.

Acessando o home broker através do painel principal do BTG.
Figura 1 - Acessando o home broker através do painel principal do BTG.

Home broker do BTG Pactual.
Figura 2 - Home broker do BTG Pactual.

Podemos ver na figura 3 acima o painel do home broker. No menu superior temos informações como saldo disponível para investir (caso zerado pode fazer um pix para corretora), ordens abertas (caso o investidor tenha disparado alguma ordem de compra ou venda), garantias (é dispensável para maioria dos investidores, utilizado apenas em negociação de outros mercados que precisam de um valor em garantia) e, por fim, posição (se refere ao total que o investidor possui na sua conta somando todos investimentos e o saldo disponível).
O menu mais abaixo mostra algumas cotações das principais ações. Já o canto inferior da tela existe um botão chamando "Negociar", onde é possível pesquisar ações e realizar operações, conforme mostra a imagem abaixo:

Opções disponíveis no menu Negociar do Home Broker.
Figura 3 - Opções disponíveis no menu Negociar do Home Broker.

Ao clicar na opção compra, podemos notar que aparece uma janela que permite pesquisar uma ação. Neste exemplo digitamos VALE3 e o menu com as opções disponível para compra apareceram. A opções VALE3F é uma opção para comprar uma ação ou até o máximo de 99 ações, essa é uma opção para comprar um lote fracionário. Isso acontece porque um lote é composto por 100 ações, mas é possível comprar apenas uma através da opção com final "F", de fracionário. No entanto, o home broker do BTG permite que seja selecionada a opção VALE3 normalmente e depois seja especificado no menu a quantidade fracionária, assim ele manda diretamente uma quantidade fracionada de ações.

Selecionando a ação no menu.
Figura 4 - Selecionando a ação no menu.

Comprando uma ação pelo Home Broker.
Figura 5 - Comprando uma ação pelo Home Broker.

Podemos notar acima que já aparece o valor atual da ação (R$54,99) e o percentual de oscilação dela no dia (queda de 0,74%). O lado direito mostra um livro de ofertas. Podemos ver na primeira linha do livro de ofertas que existe 14 ofertas (diferentes corretoras) para compra a R$54,99, sendo que existe uma quantidade de 6,8 mil oferta de compra de ações disponíveis. Por outro lado, ainda nesta linha, ao preço de R$55,00 temos uma quantidade de 14 ofertas (de diferentes corretoras) e uma quantidade de 5.300 mil ações disponíveis para venda a este preço. É possível que os investidores retirem suas ofertas e lancem elas para 1 centavo mais barato ou mais caro a fim de vender ou comprar a quantidade de ações disponível.

Também podemos ver a opção "Tipo de Preço" no menu na esquerda da tela. Essa opção tem duas alternativas: Limitado ou Mercado. O tipo limitado permite que o investidor defina um preço em "Preço" mais abaixo na tela. Nesse caso, a sua ordem entra no livro de ofertas ao lado direito e fica esperando que alguém compre ou venda ela. Porém, se o investidor marcar a opção "Mercado", o próprio home broker dispara a ordem de compra ao preço que o mercado está trabalhando atualmente, que neste exemplo é R$54,99 conforme definido no início desta janela.
Outra opção disponível na tela é a "Quantidade", onde o investidor define quantas ações ele quer comprar. Pode-se notar que mais abaixo o home broker informa em "Valor total estimado" qual seria o valor se o investidor quiser comprar 100 ações da VALE, nesse caso seria de R$5.500,00. No entanto, se você selecionar a quantidade "1", o valor será de R$54,99 que é o preço de uma ação. A opção "Validade" é sempre definida como hoje, indicando que caso a sua oferta não seja comprada ou vendida por alguém até o fechamento do mercado, o home broker deve encerrar automaticamente a ordem.

Mexer no home broker é muito simples, aconselho o leitor a mexer bastante nele e explorar ao máximo como funciona o home broker. Apesar de bastante simples ele é bem intuitivo. Outra opção é ver se a corretora tem aplicativo para celular, praticamente todas possuem. No celular é ainda mais simples explorar as funcionalidades disponíveis.

Depois de abrir a conta na corretora e conhecer melhor seus produtos, temos que saber que horas a Bolsa de Valores está disponível para realizarmos operações. Apesar de ser online, as negociações devem ocorrer durante o horário do pregão online da Bolsa de Valores. Veja como funciona a Bolsa de Valores do Brasil:

Horário de cancelamento de ofertas: de 9:30h às 9:45h.
Pré-abertura: de 9:45h às 10h.
Negociações: de 10h às 17:55h.
Call de fechamento: de 17:55h até as 18h ou 18:15h, dependendo do mercado.
After market: de 17:30h às 18h.

Nesses horários, os investidores podem comprar e vender ativos, como ações, contratos futuros e derivativos. Mesmo com tantas janelas de abertura e fechamento, basicamente o investidor opera entre 10h e 17:55h. Se a pessoa comprar entre 9:45 e 9:59 (Pré-abertura) ela vai estar no período de leilão, que é o período onde ainda está sendo definido qual o preço de abertura da ação, ainda está em negociação entre os diversos investidores que estão dando os seus lances, assim a B3, através do seu sistema eletrônico, fará uma média de preços e definirá o preço de abertura da ação. Então, a partir das 10h abre oficialmente o mercado com um preço definido, e após isso os preços vão oscilando conforme surgem as ofertas. O Call de Fechamento, parecido com a Pré-Abertura, serve para determinar o preço de fechamento (ao invés do preço de abertura). Esse Call de fechamento ocorre apenas com as ações. Por fim, o After Market seria uma espécie de hora extra do mercado, é um momento a mais para os investidores que não conseguiram operar no pregão normal ou que precisam realizar algum ajuste em suas ordens. Mas o After Market tem algumas limitações como negociar apenas as ações que fazem parte do índice Ibovespa e também há o limite de oscilação das ações, fixado em até 2% para cima ou para baixo.

Neste momento podemos exemplificar um investidor que queira fazer uma negociação na Bolsa de valores. Podemos imaginar que seja 10h e o mercado da maioria das ações já esteja aberto para negociação. Lembrando que algumas vezes as ações podem demorar um pouco mais do que às 10h para saírem do leilão, principalmente se está acontecendo muitas ofertas e o sistema da Bolsa ainda não decidiu o preço de abertura. Por exemplo, se eu quero comprar Petrobrás ao preços de R$20,00 e o mercado negocia a ação a R$30,00, eu até posso lançar essa oferta, mas dificilmente alguém irá negociar neste preço, pois os preços que o mercado está negociando estão muito além deste. Porém, se eu colocar o preço de 29,90 talvez em algum momento alguém compre a este preço, mas para isso o mercado precisa chegar neste valor. Veja que são milhares de negociações por minuto e por isso, o preço oscila na casa dos centavos. No entanto, se eu colocar o preço aos R$30,00 que é onde o mercado está, provavelmente conseguirei comprar imediatamente, pois nesta faixa todo mundo está interessado e são muitas negociações.

As ações negociadas na Bolsa de Valores são chamadas de renda variável devido a essa oscilação que ocorre nos preços. Mas por que essa movimentação acontece? Essa resposta não é simples, pois o mercado da Bolsa de Valores é feito de muitas pessoas, muitas empresas, tanto do Brasil quanto do exterior, e essa interação é que provoca essas mudanças nos preços dos ativos. O valor de uma ação é determinado pela oferta e demanda, assim como um item em um leilão, que o preço vai subindo conforme pessoas acham que está barato e podem comprar por um valor mais alto. Porém, se o valor estiver caro, não teremos compradores, então é preciso ir baixando o preço até apareçam os compradores. Com as ações ocorre o mesmo, quando tem muitas pessoas querendo comprar uma determinada ação, seu preço tende a subir. Da mesma forma, se o interesse por ela diminui, então seu valor costuma cair também. O preço do ativo pode ser alterado por diversos fatores, como um balanço muito ruim da empresa, algum fato relevante como um incêndio que fez a empresa perder boa parte dos seus investimentos, um concorrente forte que entrou no mercado, entre outros. O mesmo pode acontecer para o lado positivo, como um balanço positivo, uma expansão grande da empresa, uma compra considerada excelente pelo mercado, entre outros fatores.
Segue abaixo uma lista de outros fatores que poderiam levar os investidores a perderem o interesse por uma ação:
-Problemas econômicos no país, como uma recessão generalizada.
-Ligação com escândalos de corrupção, como participação em delações ou investigações.
-Impasses com mercados externos, como possíveis taxações e problemas de exportação.
-Desastres e falhas de segurança, como o rompimento de uma barragem de rejeitos ou o vazamento de dados dos clientes da empresa.
-Expectativas ruins para o setor no qual a empresa faz parte.
-Mudanças na diretoria da companhia, que não agradam o mercado.
-Taxa de juros (Selic) em níveis elevados, que faz com que alguns investidores encerrem suas operações em Renda Variável e destinem este capital para a Renda Fixa.
Abaixo segue uma lista de outros fatores que poderiam levar os investidores a investir em uma determinada ação:
-Bons resultados corporativos, que indicam expansão e crescimento do negócio.
-Decisões do conselho administrativo que agradam o mercado.
-Reconhecimento internacional pela excelência dos produtos ou serviços prestados.
-Perspectiva de pagamento de dividendos e proventos.
-Processos de fusão que podem fortalecer a empresa no seu setor de atuação.
-Possibilidade de privatização, para estatais que vêm apresentando problemas.

Nota-se que existem diversos fatores que podem influenciar o preço de uma ação, inclusive fatores externos como a política e a economia, mas o que o investidor deve sempre ficar atento é aos fundamentos da empresa. As oscilações fazem parte da jornada do investidor, mas o importante é sempre saber que a empresa continua fazendo um bom trabalho.

Para finalizar, o investidor que está entrando na Bolsa de Valores deve saber que é preciso conhecer as empresas, o que ela faz, se o preço está bom para compra, se é um bom ramo de negócio. Estudar o nosso site ajuda bastante, pois você vai adquirindo o conhecimento necessário e as informações para fazer bons negócios. Mas também não é preciso se assustar, a Bolsa de Valores é um lugar excelente para investimentos e no Longo Prazo ela traz frutos importantes para quem aporta nas suas grandes empresas.

Segue abaixo o gráfico do IBOVESPA ao longo do tempo. Podemos verificar como as ações sobem ao longo do tempo, mesmo que tenhamos algumas oscilações para baixo. Para aquele que não sabem, o IBOVESPA é um compilado das principais ações da Bolsa de Valores. Assim, na média, temos um crescimento no valor das ações.

Gráfico do Ibovespa no Longo Prazo.
Figura 6 - Gráfico do Ibovespa no Longo Prazo.

Uma das principais dúvidas de quem está pensando em começar a investir na Bolsa de Valores é: "qual o valor mínimo para começar?". Na realidade, não existe um valor mínimo para começar a investir na Bolsa. Não existe nenhuma regra dizendo que é preciso um certo valor. Basta o investidor ter dinheiro para comprar uma ação que ele já está investindo numa empresa. Um exemplo é a maior produtora de Etanol do Brasil, a Raízen, sua ação vale menos de R$2,00. Assim, os pequenos investidores podem participar do mercado de ações mesmo com recursos limitados. Com o passar dos tempos esse investidor aporta cada vez mais e reinveste os dividendos recebidos pela empresa, tornando assim um investidor cada vez maior. No entanto, é essencial adotar uma estratégia sólida, diversificar os investimentos e ter paciência para alcançar o sucesso a longo prazo.

Investir na Bolsa de Valores traz retornos muito maiores. Para se ter uma ideia, a imagem abaixo mostra o retorno da Bolsa de Valores (BOVA11), da poupança e de uma aplicação que rende 100% do CDI. Mesmo com a baixa da Bolsa nos últimos anos, devido aos problemas econômicos do país, ela é a melhor opção de longo prazo.

Retorno da Bolsa de Valores.
Figura 7 - Retorno da Bolsa de Valores.

Obviamente que o investidor precisa saber quais são as melhores ações para investir. Para isso, o nosso site oferece diversas análises de empresas, mostrando como está o seu lucro (ou prejuízo), qual o nível de endividamento da empresa, quanto ela paga de dividendos, entre outros critério importante para assegurar se a empresa é digna de um investimento seguro. Basicamente o investidor deve analisar os seguinte itens para tomar uma decisão de investidor ou não em determinada empresa:
- Nível de risco: é preciso buscar empresas mais consolidadas, principalmente para investidores mais conservadores.
- Lucros e desempenhos: deve-se sempre priorizar companhias que geram lucros constantes e resilientes.
- Endividamento controlado: o cuidado com empresas altamente endividadas e em recuperação judicial deve ser redobrando, evitando esse tipo de companhia.
- Governança corporativa: é sempre importante valorizar empresas bem geridas e com altos padrões de governança.
- Diversificação: o segredo do investidor de sucesso é construir uma carteira com empresas consolidadas e que sejam de setores resilientes, mas também diferentes. Isso diminui bastante o risco tanto setorial.
- Acompanhamento com especialistas: é preciso investir seguindo um norte dos especialistas, que ajudam a entender melhor o mercado e analisam de forma consistente o resultado das empresas trimestre após trimestre.

A respeito deste último itens acima que fala sobre o acompanhamento de especialistas, é importante ressaltar para o investidor que normalmente existem dois tipos principais de análise das ações de uma empresa: a Análise Técnica e a Análise Fundamentalista. Uma não exclui a outra, é importante o investidor ter um conhecimento das duas técnicas. Segue abaixo uma tabela que descreve os dois tipos:

Análise Técnica Análise Fundamentalista
Também chamada de análise gráfica. É uma observação sobre o movimento do preço de uma ação através de um gráfico. É bastante utilizada para investimentos de curtíssimo, curto e médio prazo, para identificar o cenário de maior probabilidade de acontecer com aquela ação nos próximos minutos, horas, dias, semanas ou até meses. Ao contrário da análise técnica, a fundamentalista foca mais no longo prazo. Ela é uma observação detalhada sobre as perspectivas de valorização de uma ação para os próximos meses e anos. Ela leva em consideração não apenas o preço da ação, mas também a saúde financeira e a governança da empresa.

Em suma, a análise técnica é mais usada por investidores que buscam oportunidades da Bolsa em um curto espaço de tempo, enquanto a fundamentalista é mais indicada para quem deseja investir pensando no longo prazo. Também é possível pensar em longo prazo com a análise técnica, pois existem alguns pontos importante do preço que podem ser usados pelo investidor que busca comprar em um preço mais barato. Vale ressaltar que alguns investidores de longo prazo não usam a análise técnica, eles apenas verificam se a análise fundamentalista da empresa está saudável ao longo dos anos e seguem aportando um valor fixo todos os meses. Porém, existem alguns investidores que fazem uma carteira com empresas com seus números fundamentalistas saudáveis, mas esperam o preço ir para uma determinada faixa, onde é considerado pela análise técnica como sendo mais barato e possível de chegar, e aportam apenas nessa faixa de preço. Porém, é preciso lembrar que essas análises não conseguem prever com 100% de acerto o que vai acontecer com o preço de uma ação no futuro. Elas simplesmente apontam o caminho que tem mais chances de ocorrer conforme as tendências que o mercado aponta.

Além disso, devemos saber que a Bolsa de Valores possui diversos outros produtos além das ações. Existem também os BDRs para quem quer investir em ações de empresas do exterior como Coca-Cola, Apple, Microsoft, entre outras. Temos também os Fundos Imobiliários para quem quer investir em imóveis que são alugados e o investidor recebe valor dos alugueis. Outra opção também são os Exchange Traded Funds (ETFs) que são Fundos de Investimento que aplicam em carteiras para replicar algum índice, como o Ibovespa ou o S&P 500 dos Estados Unidos. Enfim, são diversos os produtos que o investidor tem acesso na Bolsa de Valores. Por isso, é importante o estudo e o entendimento de cada um dos produtos de forma a tirar melhor proveito para um investimento.

Por fim, vamos estudar quais os tipos de ações estão disponíveis para os investidores comprarem. Primeiramente vamos falar das ações, elas representam uma fração de uma companhia de capital aberto, ou seja, uma ação é um pedaço de uma empresa. Mas o que muitos podem se perguntar é "o que leva uma empresa a abrir seu capital na Bolsa de Valores?". Quando uma empresa decidir expandir seu negócio, muitas vezes ela busca mais dinheiro para isso. Assim, ela busca crédito em um banco e com isso investe esse dinheiro. Porém, a Bolsa de Valores oferece um ambiente muito mais barato e propício para isso, principalmente se os valores necessários são relativamente grandes. Dessa forma, a empresa oferece ações (pedaços) da empresa e o investidor compra essas ações, capitalizando assim a empresa. Com esses recursos captados a empresa consegue investir no negócio ou em aquisições e com esse investimento ela consegue crescer mais, expandir mais e, assim, gerar mais lucros, podendo inclusive dividir parte desses lucros com os acionistas que ajudam no crescimento da empresa. Portanto, se para a empresa é um excelente negócio captar mais recursos para financiar seu crescimento, para quem investe, as vantagens também são animadoras. Afinal de contas, comprar ações é a forma mais simples de se tornar sócio de uma empresa.
Agora que entendemos como funciona toda essa dinâmica, podemos falar das siglas corretas que envolvem todo esse sistema. Como dito anteriormente, o objetivo da empresa ser listada na Bolsa de Valores é captar recursos que serão aplicados para o desenvolvimento do seu negócio. A obtenção desses recursos pode ser feita através de um processo conhecido como IPO (oferta pública inicial), quando a companhia é liberada para lançar suas ações na Bolsa. Nesse processo de listagem da empresa na Bolsa de Valores, ela conta com o apoio de corretoras de valores, que serão as responsáveis por ofertar as ações da empresa aos investidores pela primeira vez.
Finalizado o IPO e com as ações da empresa pertencendo à investidores, agora esses investidores podem negociar essas ações com outros investidores. Esse procedimento também é intermediado pelas corretoras de valores, pois são elas que executam as ordens de compra e venda, feitas online por meio das plataformas de investimento. As corretoras fazem esse meio de campo entre o investidor que está no computador ou celular dele e a própria Bolsa de Valores que depois vai processar todas as negociações. Inclusive, muitas pessoas acham que são as corretoras que armazenam seus dados de negociações, mas esses dados são todos processados e armazenados pela B3, a Bolsa de Valores. As corretoras apenas enviam ordens e oferecem algumas facilidades aos investidores.

Existem tipos de ações que podem ser negociadas, elas são de dois tipos: ações ordinárias (ON) e ações preferenciais (PN). As ações ordinárias garante a quem investiu o direito a voto e à participação nas decisões da companhia. Essa participação, mais próxima da administração do negócio, obviamente que depende da quantidade de ações ordinárias que um investidor possui. Assim, quando o investidor acumula uma quantidade muito significativa desse tipo de ação (ordinária) de uma empresa, ele pode ter direito a voto e participação em assembleias da empresa, mas veja que esse é um número muito grande, provavelmente milionário de ações que um investidor precisaria ter, o que representaria uma porcentagem substancial da empresa. Desse modo, os grandes acionistas conseguem influenciar muito mais os direcionamentos da empresa do que os pequenos investidores.
Esse tipo de ação é identificada pelo número 3 ao final do código da empresa na Bolsa. Um exemplo é o código VALE3, referente à ação ordinária da Vale.
O outro tipo de ações é a ação preferencial, que neste caso não permite o direito a voto nas assembleias. No entanto, quem investe — e tem esses papéis — tem preferência na hora de receber a distribuição de lucros, como pagamento de dividendos, e compensações, no caso de falência, por exemplo. Um exemplo é uma empresa que tenha decretado seu fechamento e passará a distribuir os lucros com os acionistas. Nesse caso, aqueles com ações preferenciais serão os primeiros a receber, depois então aqueles com ações ordinárias receberão a sua parte.
Na Bolsa, as ações preferenciais são identificadas pelo número 4 ao final do código da empresa. Por exemplo, as PN da Petrobras são chamadas de PETR4.

Temos também um outro tipo de ação, que atualmente é mais raro, até porque o Novo Mercado definido pela B3, somente existirá o tipo de ações ordinária (ON) discutido acima. Mas ainda assim é bom saber que existe outra classe de ações, são as Units. A Unit nada mais é do que um pacote de ações de uma determinada empresa, como ações ordinárias e preferenciais. Ou seja, quando a pessoa compra uma Unit, ele está comprando um pacote de ações, sendo que cada empresa define a proporção de ações ordinárias e preferenciais que conterá no pacote. As ações Units terminam com o final 11, como por exemplo, TAEE11 que são as Units da empresa Taesa, composta por 1 ação ordinária e 2 ações preferenciais. Se compararmos o valor da ação TAEE11 veremos que ela é mais cara que a TAEE3 e TAEE4, justamente por ser um pacote com mais ações.
Um dos motivos para migrar as ações para o final 3 é também de evitar confusões. As Units, por exemplo, de final 11 causa confusão, pois os BDRs (que são as empresas negociadas no Brasil, mas que pertencem a Bolsa de Valores do exterior) também possui o final 11. Essas confusões tendem a ser eliminadas quando todas empresas migrarem suas ações para o padrão final 3.

Algumas pouquíssimas empresas ainda trabalham com final de ação 5, 6, 7 e 8. Essas também são ações preferenciais. O investidor não precisa se preocupar com esses detalhes, até por que, como dito anteriormente, as empresas estão migrando suas ações para ter apenas um tipo, que é a ação ordinária de final 3. Por isso, na hora de comprar suas ações, pode comprar apenas as ações com final 3 sem problemas.

Esperamos que este conteúdo tenha sido válido para aqueles que querem participar da Bolsa de Valores. Pesquise mais conteúdo no nosso site e você ficará muito mais preparado para este mundo de investimentos.